Evento aconteceu no dia 16 de julho na Fetaesc
No dia 16 de julho de 2018 foi realizado, no Auditório da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina, em São José, na Grande Florianópolis, o Seminário Estadual do FETSUAS. No evento foram discutidos os aspectos sobre o assédio moral no serviço público, suas características, os aspectos legais e as consequências na vida e saúde das (os) trabalhadoras (os), em especial das pessoas que atuam no SUAS (Sistema Único de Assistência Social). No encontro também foi lançada a Campanha Estadual do FETSUAS contra o Assédio Moral no Trabalho.
O Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina esteve presente, sendo representado pelos colaboradores do Núcleo Estadual de Psicologia na Assistência Social (NEPAS), Paloma Fabíola Borba e Eduardo Antunes que representam o CRP 12 no FETSUAS.
Para a psicóloga e colaboradora do CRP-12, Paloma Fabíola Borba, assédio moral no trabalho requer: temporalidade, intencionalidade e direcionalidade. São três os tipos de assédio moral no trabalho: interpessoal, organizacional e processual, e que ele pode ocorrer nas relações horizontais e verticais.
Segundo a médica do trabalho e especialista em assédio moral, Margarida Barreto, assédio moral ou violência moral é a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigidos a uma (ou mais) subordinados, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.
O psicólogo e colaborador do CRP-12, Eduardo Antunes, reforçou que no serviço público o assédio moral se manifesta de forma sutil, através das novas políticas de gestão, como programas de reestruturação dos serviços, na avaliação do desempenho individual, na retirada de serviços ou condições para execução do processo de trabalho.
"Há a necessidade de que todos os atores sociais estejam envolvidos neste debate para que possamos pensar e repensar o mundo do trabalho, pois, o assédio moral no trabalho é uma estratégia de gestão imposta", segundo Antunes.
A colaboradora do CRP-12, Paloma, destaca que é importante priorizar a saúde e a segurança das(os) trabalhadoras(es), e apoiar as(os) profissionais que estejam sendo vítimas de assédio moral e denunciar. "Humanizar as relações de trabalho, ser solidário a dor do outro, lutar contra toda e qualquer forma de discriminação e preconceito, além de organizar grupos de solidariedade são algumas das formas de combater esta prática", ressalta.
