A proposta é criar uma rede de profissionais, pesquisadores, estudantes e militantes que atuam com essas populações de forma a construir outra Psicologia junto aos diferentes povos do continente.
O encontro, segundo o conselheiro Paulo Maldos, permitiu verificar a quantidade de profissionais que já atuam com esses povos e comunidades tradicionais. “E essa participação gerou uma série de questionamentos quanto às práticas e às definições teóricas da Psicologia. As inquietações foram compartilhadas nos encontros preparatórios e esses desafios teóricos e práticos foram levados ao encontro nacional, o que permitiu que os debates fossem muito ricos quanto às novas perspectivas da Psicologia brasileira e latino-americana, baseadas no compromisso junto a esses povos e comunidades”.
Jureuda Guerra destaca que toda a produção da Psicologia em relação a essas populações são produções eurocêntricas, elaboradas a partir de um referencial que acabou subjugando esses povos e a intenção do encontro foi reescrever a história da Psicologia com as populações tradicionais, indígenas, quilombolas, de Terreiro e em luta por território. Segundo ela, “procurando, por meio dos conceitos da interseccionalidade, compreender o racismo ao qual essas populações estão submetidas”.
Para Marisa Alves, profissionais da Psicologia no diálogo com indígenas e povos tradicionais quilombolas têm muito a contribuir e a aprender com essas populações. Ela considera, no entanto, que a Psicologia “precisa estreitar o diálogo com estas populações e buscar o entendimento das subjetividades construídas nas diferentes culturas”.
A proposta é que o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) elabore três referências técnicas relacionadas ao tema: sobre Psicologia e povos indígenas, Psicologia e povos quilombolas e Psicologia e povos tradicionais. Os conselheiros do CFP ouviram as demandas construídas pelos participantes do encontro e essas discussões servirão de subsídio para a redação dos documentos do Crepop.
Na plenária final, foram discutidos os temas encaminhados pelos participantes dos debates regionais, que foram analisados, revisados e aprovados.
Fonte: https://site.cfp.org.br/psicologos-planejam-articulacoes-com-povos-tradicionais/