Para membro do CRP-SC, Nasser Haddad, tema ainda é pouco discutido
Aproximadamente cem pessoas participaram do primeiro evento alusivo à campanha do setembro amarelo, que promove a discussão e prevenção ao suicídio, em Joinville. A roda de conversa foi realizada na paróquia São Judas Tadeu, na tarde do dia seis de setembro, e reuniu colaboradores da secretaria de saúde indígena de Santa Catarina, membros do Conselho Regional de Psicologia (CRP-SC) e a sociedade.
O objetivo do encontro foi realizar um debate circular e apresentar dados para alertar a população a respeito da realidade do suicídio, principalmente no contexto indígena. “A fala e o foco foram hegemônicos, buscando discutir a origem do sofrimento dos índios, algo relacionado a preconceito e discriminação. Ficou claro o quanto eles possuem questões muito particulares”, informou o coordenador municipal de saúde mental e do Centro de Direitos Humanos de Joinville, Nasser Haddad.
Conforme livro Suicídio e os Desafios da Psicologia lançado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), segundo publicação da Academia Internacional de Pesquisa em Suicídio (2006), o “suicídio indígena apresenta taxas elevadas no Canadá, Estados Unidos, Noruega, Austrália, Nova Zelândia e Brasil. A questão é que, na diversidade dos modelos econômicos, políticos e sociais desses países, apresenta-se a característica comum de que os indígenas se suicidam de dez a vinte vezes mais que a população em geral”.
Para Nasser, que também é coordenador do Eixo Saúde do Conselho Regional de Santa Catarina, o suicídio é um assunto que ainda precisa ser debatido. “Hoje temos um foco muito clínico quando se fala no assunto, focando no sintoma e medicação. Temos que avançar e ampliar este olhar para um contexto mais social, para que possamos auxiliar na prevenção do suicídio”, disse.
