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Conselho Regional de Psicologia Santa Catarina - 12ª Região



Mais de 50 pessoas participam da reunião da PPC em Florianópolis


Mais de 50 pessoas participam da reunião da PPC em Florianópolis
2018-03-27

Encontro aconteceu no dia 20 de março na sede do CRP-SC

A sede do Conselho Regional de Psicologia em Santa Catarina (CRPSC), em Florianópolis, recebeu mais de 50 pessoas para a primeira rodada da Política de Participação e Colaboração (PPC) de 2018. O evento aconteceu no dia 20 de março e foi conduzido pelo conselheiro e presidente da Comissão de Direitos Humanos do CRP-12, Ematuir Teles de Sousa, que explicou os objetivos do encontro e apresentou o tema da rodada: Qual o papel da Psicologia frente aos processos midiáticos e aos discursos de ódio. “Esta reunião visa reunir a categoria para se debruçar sobre as temáticas da atualidade, se aproximar e promover um espaço aberto para o debate. Também é uma forma de estudantes conhecerem a casa da Psicologia Catarinense”, destacou.

Para iniciar a roda de conversa, Sousa mencionou o caso da vereadora Marielle Franco, assassinada, a tiros, na noite do dia 14 de março deste ano, no Rio de Janeiro. A socióloga foi a quinta vereadora mais votada na cidade, e era reconhecida por atuar em favor dos direitos humanos de moradores das favelas, mulheres e negras(os). “Não tem como falar em discurso de ódio, sem tocar no assunto que o País e o mundo estão falando, a morte da vereadora Marielle. E pensando nesta conjuntura de discursos que matam minorias, nós, como Psicólogas(os), temos um lugar de importância na sociedade, o qual precisa ser debatido e trazido à tona para a categoria”.

Para a psicóloga e colaboradora da Comissão de Direitos Humanos do CRP-SC, Yara Hornke, estamos sendo manipulados. “Como é possível diante de tanta dor e pesar, as pessoas continuarem destilando discursos contra o outro, até mesmo sem conhecer. Existe uma política de disseminar na mídia notícias falsas, como foi no caso de Marielle. E muitas pessoas replicaram estas mentiras”, ressaltou.

 Segundo alguns estudantes presentes do curso de Psicologia do Centro Universitário Estácio de Sá, ser Psicóloga(o) é algo muito próximo do que Marielle fazia. “Às vezes chega a ser amedrontador encarar esta verdade, mas temos que reforçar que a vereadora simbolizava uma história de luta por direitos, liberdade e condição, que foi calada com um tiro”, disse a estudante Rafaela Santos, que externou: "Parece existir no Brasil uma política de extermínio da população negra, pobre e LGBT".

A Pscióloga e Assistente Técnica do CRPSC, Pâmela Lunardelli Trindade, declarou que não existe uma solução imediata para este problema. “Nós somos a favor das diferenças, e temos que nos apegar ao papel da Psicologia, que é de resistência e transformação. Um caminho possível é o da união, buscarmos soluções enquanto classe para pressionarmos o poder público”, disse.

Estudantes e profissionais juntos

No encontro, cerca de oito profissionais de Psicologia participaram juntamente com muitos estudantes. Para o Psicólogo Rogério Farias Oldani, falta movimentação da categoria. “Acredito que este seja o espaço que impulsione um movimento coletivo, como o próprio nome já destaca Política de Participação e Colaboração, principalmente pelo momento de desmonte que estamos enfrentando no País. Precisamos desta manifestação e união para dissipar essas questões”, declarou.

O estudante da nona fase de Psicologia, Michel Maicon, enalteceu a oportunidade promovida pela entidade catarinense. “Eu não tinha tido a oportunidade de estar mais próximo das ações do Conselho, e o tema que foi tratado na reunião de hoje é atual e fundamental para a percepção sobre a Psicologia social”. Já Janaina Lohn, da sétima fase de Psicologia classificou o evento como construtivo. “Esse espaço é essencial para reforçar nossa construção como Psicólogas(os) e para ter um posicionamento político coerente, e é isso que o CRP-SC está fazendo, trabalhando na construção e no fortalecimento da nossa profissão”, afirmou.

Na ocasião, os presentes gravaram um vídeo para as redes sociais do CRP-SC presentificando o nome de Marielle em ato e na discussão acerca do compromisso social da Psicologia em relação àpopulação pobre, preta, periférica e LGBT.

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