Acessibilidade | Cores: Normal - Alto Contraste | Tamanho do Texto: Diminuir - Aumentar

Conselho Regional de Psicologia Santa Catarina - 12ª Região



Delegação catarinense participa do Encontro de Bauru: 30 anos de luta por uma sociedade sem manicômios


Delegação catarinense participa do Encontro de Bauru: 30 anos de luta por uma sociedade sem manicômios
2017-12-13

Mais de 1,8 mil pessoas - entre usuários da saúde mental, profissionais, professoras(es) e estudantes - participaram do “Encontro de Bauru: 30 anos de luta por uma sociedade sem manicômios”. A delegação catarinense contou com uma caravana diversificada de representantes de associações de usuários, instituições e militantes da saúde mental. A conselheira Jaira Rodrigues, presidenta do CRP-12, participou da caravana e avalia que o encontro foi muito potente para articulação de uma rede de resistência aos ataques que a saúde mental vem sofrendo. Para ela, o movimento por uma saúde pública de qualidade teve muitas contribuições da reforma psiquiátrica e da luta antimanicomial, e este movimento continua vivo pensando e lutando por uma sociedade com mais condições para todas e todos.

O encontro faz alusão à data de 18 de maio de 1987, na qual trabalhadores da saúde mental, reunidos em Bauru, escreveram o manifesto que marca o início da luta antimanicomial no Brasil e representa um marco no combate ao estigma e à exclusão de pessoas em sofrimento psíquico grave. Com o lema “Por uma sociedade sem manicômios”, o congresso discutiu as formas de cuidado com os que apresentam sofrimento mental grave e representou um marco histórico do Movimento da Luta Antimanicomial, inaugurando nova trajetória da Reforma Psiquiátrica brasileira. Este encontro reuniu novamente todos os movimentos da luta antimanicomial por uma nova sociedade, em um novo Brasil, para os próximos 30 anos.

A abertura contou com representantes da Articulação Nacional do Encontro de Bauru e de movimentos da luta antimanicomial, como o Movimento Nacional de Luta Antimanicomial (MNLA) e a Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (Renila). Os representantes da articulação nacional do encontro fizeram um histórico e mostraram os desafios da luta antimanicomial. Para eles, não basta racionalizar os serviços, é preciso discutir como combater a opressão e a discriminação nas instituições e como lutar pelos direitos de cidadania e por melhores condições de vida dos doentes mentais. Destacaram, ainda, que é necessário inventar novos diálogos e uma nova política pública de saúde mental. 

Após a abertura do primeiro dia do Encontro de Bauru, a programação prosseguiu à tarde com 14 rodas de conversa para debater sobre a conjuntura e traçar estratégias de resistências aos desmontes da política pública de saúde, em especial, da saúde mental. Foram realizadas diversas atividades culturais, além da apresentação da Escola de Samba Viradouro, que terá a loucura como tema do samba enredo de 2018. O dia foi encerrado com uma marcha até a Praça Rui Barbosa e um ato público.

O segundo dia do evento deu continuidade às rodas de conversa e, no período da tarde, foi realizada a plenária final para a apresentação das propostas e redação da Carta de Bauru/2017. A programação do evento foi marcada por atividades culturais e homenagens póstumas a militantes da luta antimanicomial que ajudaram a redigir a Carta de Bauru, há 30 anos.

Fotos


Voltar

Faça seu comentário