Na noite do último dia 19 de março, o Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina promoveu mais um Debate Online, evento transmitido Facebook e Youtube, com a participação dos internautas e mais de 700 visualizações nas duas redes até agora.
O debate ainda está disponível na íntegra, acesse agora: https://youtu.be/NlxKEv1-B0s
Com o tema “SOS Atenção Psicossocial, o evento foi destinado às(aos) psicólogas(os), profissionais da área da saúde e usuários do Sistema de Saúde e teve a participação das debatedoras Ana Maria Pereira Lopes, psicóloga e professora da Unisul, Tânia Grigolo, psicóloga e professora do Cesusc, Carla de Oliveira, presidente da Associação Alegre Mente (entidade de utilidade pública, sem fins lucrativos, que luta pelos direitos e deveres dos usuários do CAPS, em Florianópolis) e mediação da conselheira Elisa Rita Ferreira de Andrade. “Foi uma oportunidade de debate e participação de todas(os)”, conclui Elisa.
O assunto está em evidência devido à recente publicação da Nota Técnica 11/2019 (CGMAD/DAPES/SAS/MS), chamada de “Esclarecimentos sobre as mudanças na Política Nacional de Saúde Mental”, que provocou reações do Conselho Federal de Psicologia (CFP) por apresentar retrocessos e ter sido publicada sem o envolvimento dos profissionais e da sociedade.
Para Tânia, as mudanças previstas na Nota Técnica se baseiam em um modelo que já foi ultrapassado, não apenas no Brasil, mas no mundo todo. “Nos últimos anos, muitas iniciativas foram feitas para a criação de redes de apoio e tratamentos distantes da centralização hospitalar, que é um método que costuma isolar o paciente em longos períodos, concentrar os poucos recursos existentes do SUS em um velho modelo, é assustador”, avaliou.
Carla de Oliveira, representando as(os) usuárias do Centro de Atenção Psicossocial - CAPS, trouxe para o debate a importância de apostar na Rede de atenção psicossocial (RAPS) que vai na contramão de modelos hospitalocêntricos e manicomiais. Carla situou a complexidade do debate em torno da Saúde Mental e reafirmou a importância do protagonismo das(os) usuárias(os) nestas decisões que envolvem as suas vidas. “Representando as(o) usuárias(os), reafirmo a importância de redes de apoio, como a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e dos Centros de Atenção Psicossocial, se hoje estamos de pé, lutando pela vida diariamente, é porque temos este apoio que jamais teríamos em um hospital”, argumentou.
Ela aproveitou e convidou todas(os) as(os) presentes e participantes online para a 10ª Conferência de Saúde de Florianópolis, realizada nos dias 4, 5 e 6 de abril e que terá como tema “Democracia e Saúde: Saúde como Direito e Consolidação e Financiamento do SUS. “Esta é uma luta de todos”, declarou.
http://www.crpsc.org.br/noticias/10-conferencia-de-saude-de-florianopolis-a-4-a-6-de-abril-2019
Na avaliação de Ana Lopes é preciso reavaliar quais aspectos técnicos a Nota apresenta, que mascara práticas arcaicas por meio de novos termos, medicamentos e equipamentos. “De fato, o que existe de “novidade” nesta mudança?, questiona, pedindo a todas(os) que se envolvam com a questão: psicólogos, psiquiatras e demais profissionais das diversas áreas da saúde, usuários, familiares, pesquisadores para que pensem qual o modelo de acompanhamento da Saúde Mental é o ideal”, conclui.
