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Conselho Regional de Psicologia Santa Catarina - 12ª Região



CRP-SC participa do segundo ato contra os cortes nas universidades


CRP-SC participa do segundo ato contra os cortes nas universidades
2019-06-04

Não existe tempo ruim para quem defende a Educação. O dia 30 de maio foi marcado por mais um dia de protestos contra os cortes de verbas para as universidades públicas. Mesmo com a chuva persistente, mais de 20 mil pessoas caminharam pelas ruas de Florianópolis bradando palavras de ordem em favor do ensino público gratuito e de qualidade e protestando contra as medidas do Ministério da Educação (MEC). Os atos ocorreram em mais de 130 cidades, nas 25 unidades da federação e no Distrito Federal. Além da Capital, em Santa Catarina, foram registrados movimentos nas cidades de Blumenau e Joinville.

Assim como no dia 15 de maio, o Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina (CRP-SC) esteve presente nos protestos. O presidente Fabrício Raupp discursou para os manifestantes que se concentravam na Praça Tancredo Neves, em frente à Assembleia Legislativa. No local, foi montada uma tenda para abrigar os participantes dos protestos da chuva.

Veja como foi o 15 de maio: http://www.crpsc.org.br/noticias/crp-sc-nas-ruas-em-defesa-da-educacao

“Esta também é uma luta nossa, em prol do ensino público de qualidade. Estamos atentos aos movimentos de retrocesso causados por medidas do Governo Federal, não apenas na Educação, mas na Saúde, nas Políticas Públicas, no pensamento crítico, que afetam diretamente a sociedade. O CRP-SC é um parceiro dos movimentos sociais e estaremos em quaisquer ações em defesa da cidadania e da garantia de direitos”, afirmou Raupp.

Após a concentração, que começou às 16 horas, os estudantes seguiram em direção ao Terminal Cidade de Florianópolis, Praça XV de Novembro, Igreja Matriz e Rua Tenente Silveira, onde fica localizada a sede da Prefeitura Municipal. Depois caminharam até a Avenida Paulo Fontes, em frente ao Mercado Municipal e Ticen (Terminal de Integração do Centro).

“É importante estarmos juntos na defesa da uma educação pública para todas e para todos, ameaçada pelo desmantelamento promovido pelo Governo Federal”, destacou a conselheira Simone Vieira de Souza, que também acompanhou a marcha. Segundo Simone, existe uma parte da sociedade que ainda não apoia a manifestação dos estudantes, causada pela desinformação e distorção da realidade das universidades públicas, promovido por alguns veículos de comunicação e pelas redes sociais.

Ela destaca que no próximo dia 14 de junho, novas manifestações irão ocorrer em todo o País. “Haverá uma grande paralisação nacional contra a Reforma da Previdência, contra os cortes e pela defesa dos nossos direitos”, conclamou.


Para a professora do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Maria Sílvia Cardoso Carneiro, a Educação é uma causa que une todas as classes de trabalhadores. “Quando um corte deste tamanho afeta a qualidade do ensino, é natural que os profissionais dos mais variados cursos se juntem aos professores e estudantes”, definiu.

Já o professor do curso de Jornalismo da UFSC e diretor de Imprensa da Associação dos Professores da UFSC (Apufsc), Eduardo Meditsch, acredita que é muito positivo ver as pessoas entusiasmadas, cumprindo o seu papel social, mesmo com as intempéries do tempo. “Estamos em um momento grave. A ciência, a educação, o futuro do país, a possibilidade de ter uma vida melhor está em jogo por causa de ações irresponsáveis e desastrosas, que apenas beneficia uma pequena elite econômica”, refletiu.

De acordo com Adriana D’Agostini, professora do Centro de Educação da UFSC e  representante do Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), a chance dos cortes se concretizarem é grande e os impactos irão além deste ano. “Agora o governo alega que é apenas contingenciamento, mas com a Emenda Constitucional 95, a redução será incorporada no próximo orçamento certamente. Temos que trabalhar com a ideia de que os bloqueios podem se tornar definitivos”, argumentou a professora. Adriana complementa que as consequências já podem ser sentidas nos próximos meses. “São dificuldades de manutenção, de pagar luz e água, de não ter uma lâmpada para trocar, além da pesquisa científica que fica totalmente comprometida”, registrou.

O estudante de Hotelaria do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Leonardo Berti, a união dos estudantes é importante não apenas agora, mas em vários momentos. Quando vemos esta massa de pessoas debaixo de guarda-chuvas protestando, temos noção da força da união estudantil”, declarou. Leonardo avalia que as pessoas que estão condenando os protestos não tem conhecimento do assunto e precisam buscar mais informações sobre a situação. “Precisa procurar ouvir todos os lados desta questão, afinal os cortes atingem todos, não apenas os alunos. E sem estudantes, não temos futuro nem nada.”

 

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