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O Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina sediou a 8ª Conferência Estadual de Saúde, nos dias 4 a 6 de junho. Realizado a cada quatro anos, o encontro é uma das etapas da 16a Conferência Nacional de Saúde, prevista para o início de agosto. Sob o tema “Democracia e Saúde - Saúde como Direito e Consolidação e Financiamento do SUS”, a 8ª Conferência Estadual é o espaço onde as propostas escolhidas durante as conferências municipais, realizadas entre fevereiro e abril de 2019. “A expectativa é que se consiga qualificar as propostas que vieram dos municípios. Queremos todos um único objetivo, que é o fortalecimento do SUS”, afirmou a coordenadora geral da Conferência Estadual de Saúde, Clélia Aparecida Clemente Giosole.
Durante os três dias de Conferência, as(os) delegadas(os) e convidadas(os) participaram da mesa redonda com a discussão do tema e dos eixos temáticos, aprovaram o regulamento, formaram os grupos de trabalho, votaram a plenária final, pediram moções e elegeram as(os) delegadas(as) que irão à Brasília, na Conferência Nacional.
A abertura do evento contou com a presença de representantes do executivo, do legislativo e do Conselho Estadual de Saúde. “No momento em que avaliamos os 30 anos do SUS, temos que reconhecer os avanços em meio às dificuldades e apontar os caminhos, principalmente no financiamento. Qualquer centavo que sai da Saúde, faz falta.”, disse a deputada federal Carmen Zanotto.
Segundo o secretário executivo do Conselho Estadual de Saúde, José Carlos da Cruz, a Conferência teve 278 municípios participantes com mais de 1.800 propostas apresentadas. “Tivemos registros de cerca de 850 pessoas, entre delegados e convidados, representando os quatro grupos de interesse na Saúde: usuários, gestores, prestadores de serviços e trabalhadores”.
O Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina (CRP-SC) participou do evento, assim como esteve presente em algumas conferências municipais. “A população está ciente e lutando contra as perdas na saúde, em defesa do SUS e da cidadania. O momento é de além de lutar por mais avanços, defender o que já conquistamos”, destaca a Conselheira Jaira Terezinha Rodrigues.
Após a Conferência Nacional, as propostas aprovadas irão construir as diretrizes do Plano Plurianual – PPA, dos Planos Municipais, Estadual e Nacional de Saúde. Entre as propostas discutidas está a revogação da Emenda Constitucional 95/2016, que congela por duas décadas os investimentos na Saúde Pública no Brasil por 20 anos. “Discutir o financiamento é o principal desafio. Temos de ir à Brasília e combater o congelamento de recursos”, reiterou o secretário de Saúde de Florianópolis, Carlos Alberto Justo da Silva.
Para os usuários, a Conferência foi um espaço de mobilização e diálogo com a sociedade a respeito do direito à saúde.“Muitas coisas estão sendo reformuladas e a gente precisa lutar por aquilo que faz bem ao ser humano. Sabemos que o SUS é um programa que funciona bem em muitas cidades, alegou Helena de Almeida, de São Cristóvão do Sul. A psicóloga Nadia Paula Vieira Amâncio, de Guaramirim, que veio na condição de usuária para participar o evento, foi categórica: “A saúde é um direito de todos, devemos mantê-la acessível”.
