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Conselho Regional de Psicologia Santa Catarina - 12ª Região



CRP-12 realiza oficinas sobre a Visibilidade Trans


CRP-12 realiza oficinas sobre a Visibilidade Trans
2017-02-02

Em apoio à luta de pessoas travestis e transexuais por visibilidade e direitos o CRP-12 propõe ações que visam orientar e engajar a categoria das (os) psicólogas (os) na atuação pelos direitos humanos e pela despatologização das experiências trans.

De forma a estabelecer aproximação e diálogo com a categoria, o IX Plenário tem como meta desenvolver atividades com temáticas que problematizem as violações de direitos vivenciadas pelas pessoas LGBT, além de outros temas relevantes na atual conjuntura. As primeiras ações transcorreram neste dia 31/01, na Sede do CRP-12, com a realização de duas oficinas que abordaram a Visibilidade Trans - por meio da problematização de uma ética despatologizante no fazer profissional da psicologia.

As oficinas foram organizadas pelo Grupo de Trabalho Gênero e Sexualidade, que faz parte da Comissão de Direitos Humanos do CRP-12. Os ministrantes da atividade foram Daniel Kerry, doutor em psicologia; Marília dos Santos Amaral, doutoranda em psicologia; Ematuir Teles de Sousa, Conselheiro do CRP-12 e mestrando em psicologia; e Kelly Vieira Meira, Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher em Florianópolis.  
A primeira oficina, “Implicações ético-políticas da psicologia frente às questões trans”, teve como objetivo principal abordar os contextos históricos e políticos que possibilitaram a produção do discurso biomédico/psiquiátrico que patologiza as identidades travestis e transexuais. Daniel e Kelly apresentaram a construção histórica e cultural e destacaram a importância da luta pela despatologização das travestilidades e transexualidades, visto que, no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM V, ainda consta como disforia de gênero.

Marília enfatizou que a evolução histórica da luta pela despatologização está diretamente vinculada aos movimentos sociais e ao protagonismo das pessoas trans. Dentre estes, cita os movimentos transfeministas, o feminismo interseccional e os movimentos de Direitos Humanos. 

Além de tratar sobre a questão dos estereótipos construídos, a discussão sobre gênero também versou sobre as vulnerabilidades às quais as pessoas trans vivem, sendo estas, pessoais, sociais e institucionais. 

Os ministrantes e participantes debateram que a questão deveria ser tratada com responsabilidade desde a graduação, fato que, na maioria das universidades, não acontece. O grupo afirma que é importante conhecer psicopatologia e discutir sobre o assunto, não apenas reproduzir os modelos sem ter minimamente um olhar crítico. 

A oficina da tarde tratou sobre “A produção de documentos psicológicos para pessoas trans” e teve como objetivo principal explanar para a categoria de psicólogas(os) presentes como é possível produzir um documento de acordo com as regras legais e que ao mesmo tempo seja esclarecedor a respeito do que tem sido estudado no campo da psicologia sobre as questões de gênero e sexualidade. Marília destaca que os documentos podem ter um caráter educativo e crítico, embasados em instituições que defendem a despatologização e os direitos da população trans, é possível um posicionamento ético-político com relação ao histórico de luta das pessoas trans. Ainda segundo Marília, é fundamental “conectar redes, multiplicar o conhecimento para que as questões sejam enunciadas”. 

Ematuir informa que como continuidade das ações deste Conselho em prol da luta contra opressões e violências vivenciadas pelas mulheres, foi criada a Comissão Mulheres e Psicologia.  Além disto, o GT Gênero e Sexualidade tem como meta ampliar as discussões acerca das questões trans, levando a oficina e outras atividades para outras localidades, pois faz parte do projeto ético-político do CRP-12 que sejam abordadas e problematizadas no fazer profissional as questões de gênero e sexualidades. 

 

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