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Conselho Regional de Psicologia Santa Catarina - 12ª Região



CRP-12 promove Live para discutir o PL 3267/19


CRP-12 promove Live para discutir o PL 3267/19
2020-06-17

O Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina (CRP-12) promoveu, na última quarta-feira (10), uma live com profissionais multidisciplinares para discutir o tema “O impacto do PL 3267/19 na vida da sociedade, no comportamento do condutor e na mobilidade humana”.

Com a condução da conselheira do CRP-12, Simone Ciotta, o debate foi realizado pelo psicólogo, professor e pesquisador da UFSC, Roberto Moraes Cruz; o advogado especialista em Direito Público, Daniel Medrado; e o psicólogo e atual diretor executivo do PortalPsic, Rogério de Oliveira Silva.

O advogado Daniel Medrado iniciou os debates questionando qual trânsito a sociedade quer construir, uma vez que uma lei representa uma vontade do povo. Ele ressaltou que o Congresso Nacional deve cumprir a visão da sociedade sobre o trânsito, porém um PL não pode ser criado e aprovado por uma efemeridade, uma passionalidade momentânea. “Esse PL está sendo tratado com urgência, semelhante a questões de guerras, catástrofes. Deve ser votado no dia 16, pelo Senado, e se aprovado, segue para Câmara dos Deputados, na sequência, sendo enviado ao Presidente da República para aprovar ou não”, ressaltou Medrado.

O psicólogo Rogério de Oliveira e Silva, salientou que o trânsito é um fenômeno humano, da sociedade moderna, definido por lei. Era legalmente definido como a movimentação de pessoas, veículos e animais em território terrestre. Porém, isso tudo aumentou e ficou muito mais complexo. “Com os veículos automotores, este conceito se perdeu”, avalia e completa: “Não se passaram nem 40 gerações que o trânsito foi introduzido na vida das pessoas. Para se ter uma conscientização, em relação ao trânsito, precisamos, pelo menos, 50 gerações para entender como funciona o processo”, explica.

Rogério também alertou que em todo o mundo as leis estão ficando mais rígidas, porém o Brasil está em um retrocesso. “Existe o imaginário e o saber popular que não têm a mínima ideia do impacto de que tais medidas causam no trânsito; não pensam na morbimortalidade. Foi feito com apelo popular e a população não tem a condição de entender o risco”, completa.

Na sequência, o pesquisador da UFSC, Roberto Moraes Cruz, esclareceu que o relatório que se tem hoje no PL, foi o melhor que conseguiram após muitas conversas, muito diferente do original. “A reavaliação psicológica para reincidentes no trânsito é uma questão de segurança pública, e conseguimos uma coisa inédita”, ressalva e completa: “Quem morre mais no trânsito hoje não é o motorista, mas são crianças, adolescentes e quem acompanha o condutor”.

O pesquisador afirma que é de extrema importância fazer uma avaliação da capacidade do condutor antes e depois de exercer a atividade. “O complicado é que boa parte da discussão fica na redução de custos, enquanto que na realidade tecnicamente falando, o processo de capacitação precisava ser aprimorado”, reflete.

Durante a live, que contou com a participação de cerca de 80 pessoas, os debatedores também responderam perguntas dos participantes, que eram de diversas partes do país e entidades representativas. Ao final, cada palestrante fez as suas considerações e ficou sugerida uma segunda parte para o mesmo debate, que é tão complexo e necessário para a sociedade.

 


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