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Conselho Regional de Psicologia Santa Catarina - 12ª Região



CONVITE A TIRAR O RACISMO DO NOSSO VOCABULÁRIO


CONVITE A TIRAR O RACISMO DO NOSSO VOCABULÁRIO
2018-08-14

Expressões racistas naturalizadas repousam sobre uma longa história de desqualificação e desaprovação do povo negro e de tudo que se associa a ele. Há uma visão de mundo construída sobre opressão e preconceito, incorporada às falas das pessoas todos os dias, sem que isso pareça uma questão a ser pensada. Mais de 300 anos de escravismo fizeram parecer ‘normal’ associar negritude e negatividade e as palavras possuem enorme importância na produção de sentidos que ocultam ou revelam determinados discursos. Precisamos estar atentas(os) para não aderirmos subjetivamente a discursos com os quais não pactuamos, através das palavras que escolhemos para nos expressarmos. As palavras dizem muito da história e da cultura de uma sociedade. 

Precisamos pensar a respeito, debater, refletir. Sutilezas, brincadeiras, piadas, palavras tidas como inofensivas e não mal-intencionadas, guardam risco de reproduzirem violências simbólicas sobre grupos sociais historicamente oprimidos. Nesse caso, estamos falando da lógica do clareamento, do branqueamento e da associação inadvertida de conotações negativas ao que é preto, escuro, e de conotações positivas ao branco, ao claro. A exemplo disso, a palavra denegrir, que significaria ‘tornar negro’, é utilizado para dizer ‘ofender’, ‘manchar a imagem’. Outras expressões, ainda, como ‘claramente’, ‘é claro’, ‘esclarecer’, ainda amplamente utilizadas formal e cotidianamente pela população em geral, por nós, psicólogas e psicólogos e pelo Sistema Conselhos, também em documentos e posicionamentos públicos, precisam ser substituídas.

Como sugestão para concretização desse movimento de transformação, colocamos as expressões ‘explicar’, ‘explicitar’, ‘elucidar’, ‘deixar evidente’, ‘tornar nítido’, ‘dirimir dúvidas’. Assim, faz-se o convite a que sigamos juntas(os) na construção de posições mais cientes dos processos de desigualdade social estruturantes da sociedade brasileira.

Nota aprovada pela APAF em maio de 2018.

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