A necessidade de uma equipe multidisciplinar contendo psicólogas(os) também foi discutida no evento
Na tarde de quinta-feira, dia 6 de setembro, reuniram-se, na sede da Procuradoria Regional do Trabalho, em Florianópolis, profissionais e representantes de entidades catarinenses para a realização da 8ª Assembleia Ordinária do Fórum Saúde e Segurança do Trabalhador no Estado de Santa Catarina. Dentre as pautas debatidas no auditório do Ministério Público do Trabalho estavam questões a respeito dos efeitos psicossociais e saúde mental no trabalho.
Renato Tocchetto de Oliveira, da SRTE/SC, iniciou a reunião repassando o retorno da oficina realizada sobre saúde mental no trabalho no auditório do Ministério Público Federal (MPF), em 5 de setembro. “Existe uma evolução exponencial deste tema e questões de trabalho. A oficina contou com 60 participantes, o que foi muito bom para podermos abordar e debater a temática”, disse Oliveira, destacando que no evento surgiram propostas para serem debatidas.
Alguns engenheiros de saúde e segurança do trabalho (SST) que participaram da oficina, citaram que falta nas normas de SST, na questão da saúde mental. Segundo eles, existe uma lacuna em relação ao conhecimento do que as empresas podem e devem fazer neste quesito. “Falta capacitação, discussão e apropriação dos instrumentos, tanto por parte das empresas, quanto dos trabalhadores, para que saibam o risco que estão correndo”, destacou Renato, durante apresentação dos dados da oficina.
Questões relacionadas ao fortalecimento da saúde da(o) trabalhadora(or) também foram discutidas e trazidas como sugestões para o debate. “Precisamos validar instrumentos que são utilizados por outros países, mas adequados à realidade brasileira”, frisou Oliveira. A necessidade da presença de psicólogas(os) nos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho também foram pontuada como forma de melhorar os atendimentos, através da equipe multidisciplinar. “Ter uma (um) psicóloga(o) na instituição é algo simbólico, que reforça que existe preocupação com questões ligadas a saúde mental também no trabalho”, informou Leonardo Liberato, da Fundacentro.
“A saúde mental é muito complexa e está ligada a vários fatores, e precisa ser avaliada com uma equipe de forma multidisciplinar para encontrar a origem do problema”, ressaltou a secretaria da Câmara de Relações Trabalhistas da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Maria Antonia Amboni.
Alguns participantes ainda citaram a necessidade dos municípios, estados e governo federal realizarem devolutivas das conferências municipais, estaduais e nacional da saúde. A proposta de o Fórum realizar uma carta solicitando uma resolução referente ao que foi decidido na Conferência de Saúde do Trabalhador de 2018, assim como o planejamento de uma devolutiva das ações realizadas foram apontadas. O documento após redigido e assinado por um procurador, deverá ser entregue à Secretaria Estadual de Saúde e Conselhos Municipais de Saúde.
