“Revista Psicologia: Ciência e Profissão”
Número Especial “Psicologia e democracia”
Em 2013, com a finalidade de ampliar a produção de textos e contribuições analisando a Ditadura Civil-Militar no Brasil, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) em parceria com a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) organizou o “Prêmio de Psicologia e Direitos Humanos: Ditadura Civil-Militar e Repercussão sobre a Psicologia como Ciência e Profissão”. Buscou-se estimular análises problematizando o regime autocrático e as possíveis implicações sobre a Psicologia. Foram recebidos 52 artigos de profissionais e estudantes de todo o Brasil. Com isso, ficou claro que há muitas psicólogas e psicólogos interessados em discutir criticamente a história do regime autocrático no Brasil.
No contexto atual, após a efetivação de mais um golpe em 2016 e a implementação acelerada de um programa de austeridade que, em última instância, penaliza trabalhadoras e trabalhadores, resgatar a memória histórica das duras experiências vividas durante o período autoritário se torna uma tarefa ainda mais importante. Consideramos que as lutas pelos direitos e contra a exploração e as opressões não é algo que ficou no passado, mas sim que se atualiza com os desafios colocados pelo presente. Deste modo, urge visibilizar e transmitir as produções de psicólogas e psicólogos sobre as implicações ético-políticas da Psicologia relacionadas a este difícil momento histórico-social e suas lutas pela democratização do país. Assim, a “Revista Psicologia: Ciência e Profissão” organiza o número especial “Psicologia e democracia” para aglutinar e visibilizar essa produção.
A proposta é receber manuscritos inéditos que realizem análises sobre como a ditadura civil-militar teve repercussões sobre a Psicologia como Ciência e Profissão, bem como a Psicologia contribuiu ou pode contribuir nas lutas emancipatórias pela democracia no Brasil e na América Latina. Os editores deste número especial sugerem que os artigos submetidos para o número especial abordem algum dos seguintes eixos:
(1) Psicologia sob a ditadura: entre a cumplicidade e a resistência
(2) História das Entidades da Psicologia e a Ditadura Civil-Militar
(3) Memória histórica, memória social, memória política e as repercussões da ditadura civil-militar sobre as vidas de psicólogas e psicólogos
(4) Lutas insurgentes contra a ditadura civil-militar e subjetivação
(5) A contestação da ditadura civil-militar e a construção de novas Psicologias
(6) Consequências psicossociais da ditadura civil-militar
(7) As instituições universitárias, a constituição da Psicologia e a ditadura
(8) Reminiscências da ditadura no presente e lutas pela democracia
(9) Repercussões dos novos golpes na América Latina sobre a Psicologia
Todos os textos submetidos serão avaliados e publicados de acordo com as normas editoriais da “Revista Psicologia: Ciência & Profissão”, que constam no seguinte link: http://www.scielo.br/revistas/pcp/pinstruc.htm
Os artigos devem ser enviados impreterivelmente até 30 de junho de 2017 em formato eletrônico (nas extensões .doc, .docx ou .rtf) para o endereço psicologiaedemocracia@cfp.org.br. Dúvidas, comentários e sugestões podem ser enviados para o mesmo endereço.
Sobre os proponentes:
Fernando Lacerda Jr. é graduado e doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Professor adjunto de graduação e pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Goiás. Ex-presidente da Associação Brasileira de Psicologia Política (2014-2016)
Domenico Uhng Hur é graduado, mestre e doutor em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo. Professor adjunto de graduação e pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Goiás. Editor da Associação Ibero-latinoamericana de Psicologia Política (2016-2018).
